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Boas práticas, um grande negócio para todos
Para aproveitar oportunidades de mercado, o produtor deve estar atento às boas práticas de fabricação de alimentos na agroindústria familiar

Seguir às boas práticas na fabricação de alimentos para a agroindústria é fundamental


Vai longe o tempo em que agricultura familiar era modelo de empreendimento sem muito compromisso com o mercado e suas normatizações. Nas últimas décadas isso vem mudando e num ritmo cada vez mais veloz. O agronegócio familiar possui uma visão mais abrangente e considera, além dos aspectos de produção como qualidade, produtividade, mercados, rentabilidade, também questões sociais e ecológicas.
Sem muito chamar os holofotes para si, a agricultura familiar responde por mais de 70% da alimentação de toda a população brasileira. São cerca de 4 milhões de estabelecimentos rurais que são responsáveis pela geração de mais de R$ 54 bilhões no PIB. Nesse contexto, a agroindústria familiar assume de forma estratégica grande importância para a economia do País, o que gera interesse por parte dos governos federal, estadual e municipal em apoiar essas iniciativas e buscar sua estruturação.
O IV Simpósio Brasileiro de Agropecuária Sustentável (Simbras), que terminou semana passada em Porto Alegre, RS, trouxe à tona a questão das boas práticas na fabricação de alimentos para a agroindústria familiar. O assunto foi tema da palestra de Cláudia Lúcia de Oliveira Pinto, pesquisadora da área de microbiologia da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig).
Cláudia falou sobre a importância da adequação dos produtores rurais interessados aos requisitos e exigências da legislação. Por meio da implementação das boas práticas produção e processamento de alimentos, produtores podem ter acesso a oportunidades muito boas de negócios. Iniciativas como o Programa Nacional de Alimentação Escolar, por exemplo, abrem possibilidades concretas de geração de renda para o produtor familiar e também para que as crianças tenham acesso a alimentos inócuos, mais saudáveis e nutricionalmente melhores.
O Programa Alimentos Seguros e o Programa Nacional de Agricultura Familiar também compõem esse leque de possibilidades para os agricultores. Para isso, porém, seguir às boas práticas na fabricação de alimentos para a agroindústria é absolutamente fundamental.
“Implementar as boas práticas na fabricação de alimentos na agroindústria é indispensável para fornecer alimentos para escolas é necessário ter a produção de alimentos de acordo com os padrões de segurança alimentar. Esses alimentos serão consumidos por crianças”, explica a pesquisadora.
Ainda segundo ela, os principais erros cometidos estão relacionados às instalações, qualidade da água usada, procedimentos de limpeza, falhas na higiene de quem manipula, utilização de produtos químicos sem registros, prevenção de contaminação, falta de controle de pragas e vetores.
Em sua palestra, Cláudia detalha que é preciso estar atento aos cuidados com as edificações, uma vez que as instalações devem seguir as determinações técnicas e estar de acordo com as exigências da legislação. A qualidade da água é também muito importante, pois vai impactar diretamente sobre a qualidade do produto final.

Equipamentos, utensílios e ambiente devem estar sempre limpos, sanitizados ou desinfetados. A higiene pessoal é importante e os trabalhadores devem seguir normas próprias e rígidas de higiene para a manipulação de alimentos, evitando que estes sejam contaminados.

Há também a cuidados para evitar a contaminação ambiental, como, por exemplo, o uso de produtos químicos devidamente registrados no Ministério da Saúde. O controle de pragas no ambiente de produção é muito importante e sempre deve ser feito, porque são vetores de contaminação dos alimentos. Elaboração de manuais de boas práticas com o objetivo de orientar os manipuladores quanto às práticas higiênicas de produção e também é necessário.
Rotinas que envolvam preocupações como essas, segundo a pesquisadora, “são de vital importância para a sustentabilidade do setor e também para a obtenção de selos de inspeção, que podem ser municipais, estaduais e federais. Tais certificações de qualidade só são conferidas ao produtor mediante o atendimento de normas de boas práticas de fabricação. A necessidade de adequação às exigências das boas práticas deve ser vista como caminho para a sustentabilidade e crescimento da atividade”.
Enfim, práticas que garantam a produção de alimentos dentro de padrões de qualidade deixam o consumidor satisfeito e asseguram um negócio rentável à atividade comercial agrofamiliar.

FONTE: Dia de campo

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