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PEIXE

Ração artesanal diminui custos de piscicultores
Ingredientes alternativos como torta de girassol e farelo de coco são mais baratos do que alimentos comerciais e apresentam bom efeito nutricional.


As principais fontes protéicas de uma ração convencional de peixes são o farelo de soja e a  farinha de peixe. No entanto, existem muitos piscicultores nordestinos e nortistas que moram afastados dos grandes centros e têm muita dificuldade de conseguir estocar as rações comerciais, o que encarece muito o custo de produção. A solução, segundo a Embrapa Amazônia Oriental, é fazer rações artesanais usando ingredientes regionais alternativos.
Os estudos estão avançando e já comprovaram a eficiência alimentar das novas fontes de proteína como torta de girassol, dendê, farelo de coco e torta de tucumã. A ração alternativa está sendo testada com os tambaquis e está mostrando que os animais apresentam bom ganho de peso, baixa deposição de gordura na carne e conversão alimentar baixa em torno de 1.3, o que são características desejáveis.
— A quantidade de ração a ser utilizada depende muito da fase de desenvolvimento que o animal se encontra. Na fase inicial bem jovem de alevinagem do animal, a gente pode trabalhar com até 5% do peso vivo, de 3% a 5%. À medida em que ele vai crescendo a gente diminui essa alimentação e passa a trabalhar com taxas de 2% e na terminação até com 1% do peso — ensina  a pesquisadora da Embrapa Amazônia Oriental Roselany Corrêa.
A pesquisadora explica que a redução de custos é possível pelos produtos serem regionais e de fácil acesso aos produtores, ao contrário das rações comerciais que nas localidades mais afastadas têm o preço bem mais alto do que nos grandes centros. Portanto a recomendação é para piscicultores de propriedades distantes.
Alguns cuidados precisam ser tomados com o uso da nutrição alternativa. Pela característica artesanal ela é uma ração peletizada, ao contrário das comerciais que são extrusadas, que flutuam na água. Como os alimentos teretizados afundam com mais rapidez o produtor precisa ter um cuidado maior no momento da alimentação e deve fazer uma observação atenta ao comportamento dos animais.
A ração deve ser dada aos poucos, à medida em que os animais forem consumindo o que está sendo oferecido e isso demanda um pouco mais de tempo do que o método convencional. O cuidado é necessário para que não haja desperdício nem acúmulo de ração no fundo.
— A questão é de logística. Dependendo da localidade o produtor tem dificuldade de comprar a ração comercial porque às vezes eles estão tão isolados que não tem acesso à compra de ração e o valor fica muito alto. A nossa recomendação é pra alternar o uso da ração comercial com a ração artesanal ou substituir mesmo, com objetivo de reduzir os custos. O nosso público trabalha com piscicultura para consumo e só comercializa o excedente — explica.
Outras fontes alimentares originárias de resíduos de produtos nordestinos estão sendo estudadas pelos pesquisadores da Embrapa como o farelo de licuri, a farinha de manga e a folha da maniva, que podem servir como fonte de proteína nas rações para peixe.

FONTE: Dia de Campo

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