Controle
biológico: uma nova era rumo à diminuição dos agrotóxicos
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Vários
tipos de interações estão envolvidas no processo do controle biológico:
competição, parasitismo, produção de antibióticos, a indução de resistência
no hospedeiro e predação
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Nos últimos anos vem crescendo a preocupação da população
com os resíduos em alimentos in natura decorrentes do uso
indiscriminado de agrotóxicos na agricultura. A necessidade da utilização de
métodos mais seguros, eficientes, viáveis economicamente e não poluentes deve
estimular e intensificar a busca por métodos alternativos de controle de
doenças de plantas. O controle biológico entra neste contexto, como uma
alternativa promissora para a substituição total ou parcial de pesticidas
químicos.
Mas o que seria Controle Biológico?
Controle biológico é um fenômeno natural que ocorre amplamente no ambiente.
Nada mais é que o controle do crescimento de uma população ou comunidade por um
ou mais organismos antagônicos. Esse controle é estabelecido pela influência
recíproca entre o patógeno x hospedeiro x ambiente. É um processo que ocorre
comumente em todos os ambientes e muitas espécies pertencentes a diferentes
táxons participam da manutenção do equilíbrio dos processos biológicos.
Muitos microorganismos vêm sendo investigados a fim de
identificar princípios ativos e ou enzimas úteis em diferentes áreas como na
agronomia, indústria farmacêutica e alimentícia entre outras, sendo também
definida como estudo da diversidade biológica com fins econômicos e sociais.
Ecologicamente falando, vários tipos de interações estão
envolvidas no processo do controle biológico, entre elas podem ser mencionadas:
competição, parasitismo, produção de antibióticos, a indução de resistência no
hospedeiro e predação, sendo comum a presença de mais tipo de interação num
processo. A competição é uma interação entre as populações, resultando em
diminuição do número dos indivíduos mínimos e podem ser classificados em: 1)
Competição por inibição mútua - quando duas populações inibem ativamente a
outra; 2) Competição por recurso - em que cada população afeta negativamente a
outra, de forma indireta, na disputa por um recurso limitado, como espaço ou
nutriente; 3) Antibiose - em que a população é inibida e outra não é afetada,
sendo geralmente mediada por antibióticos; 4) Parasitismo e predação são as
associações em que cada população afecta negativamente outra através de um
ataque direto, dependendo das outras populações como por comida ou habitat.
As leveduras constituem um grupo de microorganismos
unicelulares pertencentes ao Reino Fungi que se reproduzem assexuadamente por
brotamento ou por fissão binária. Possuem núcleo organizado com membrana
nuclear (célula eucariótica), são aclorofiladas, a nutrição é heterotrófica
através de absorção de nutrientes, a parede celular é rígida, podem produzir
células especializadas: os esporos.
As leveduras têm ampla distribuição na natureza. Podendo
ser encontradas em solos nus ou em solos com vegetação natural (campos, matos e
florestas) ou em cultivados (parreiras, pomares, jardins, etc.). A superfície
da folha (filoplano) é um importante substrato para o desenvolvimento de
leveduras. Os nutrientes que estão disponíveis nesse substrato, servem de base
para o desenvolvimento das populações de leveduras que são depositadas através
do vento ou carregamento por insetos e outros organismos.
No caso do controle biológico de doenças ocasionadas por
fungos fitopatogênicos, têm-se dado preferência as leveduras, especialmente
quando o objetivo dos trabalhos é a proteção de frutos destinados ao consumo in
natura. A justificativa desta escolha relaciona-se ao fato desses
microrganismos terem sua ação antagônica vinculada mais à competição que à
antibiose. Desta forma, considera-se que as leveduras não são, geralmente,
produtoras de antibióticos, elementos considerados contaminantes químicos de
frutas e vegetais.
A utilização de leveduras no controle de podridões
pós-colheita tem sido estudada por vários pesquisadores. O potencial antagônico
das leveduras foi verificado pela primeira vez nos anos 80, onde foi constatada
a redução do crescimento e esporulação de alguns fitopatógenos. As primeiras
espécies de leveduras citadas, como eficientes agentes de controle de doenças
foram Candida guillermondii, C. albidus var. aerius, Debaryomyces
hansenii, Hanseniospora uvarum e Cryptococcus laurentii, as
quais foram usadas em pós-colheita de fruta e hortaliças. Como já mencionado,
um dos principais fatores que leva a utilização das leveduras como agentes de
biocontrole é a baixa possibilidade toxigênica deste grupo, não tendo sido
relatado casos de micotoxicose.
Com todas estas vantagens na utilização de leveduras na
prevenção e controle de doenças, especialmente pós-colheita, fica a expectativa
de novos trabalhos e investigações que levem estes microorganismos a um novo
momento do controle de doenças de plantas “Age Yeast”.
FONTE: Dia de campo
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