Na atual conjuntura, em que a discussão no mundo se dá acerca da necessidade de
empreender a preservação ambiental para garantir a existência do planeta e
conseqüentemente das futuras gerações; de adotar medidas que minimizem o
aquecimento global e os efeitos das mudanças climáticas; da importância da
produção de alimentos saudáveis sem o uso de agrotóxicos que, se utilizados,
contribuem para o caos na saúde pública, a agricultura familiar prova ser a
alternativa que deve receber investimentos e ser fortalecida para que esses
objetivos sejam atingidos.
A agricultura familiar é alicerçada em princípios que estabelecem uma relação
harmoniosa do homem com o meio ambiente, para que ele possa retirar o sustento
da terra sem que para isso, tenha que acabar com os recursos naturais. A
sustentabilidade que essa forma de produzir promove é o que irá garantir a
continuidade das próximas gerações. Incentivar e fortalecer a agricultura
familiar é o que trará o desenvolvimento construído na base da responsabilidade
social, ambiental e econômica.
Responsável por 70% da produção de alimentos do país, a agricultura familiar
busca empregar cada vez mais práticas agroecológicas de produção, com a criação
de quintais agroflorestais, produtos orgânicos, etc.
Para isso, os movimentos sociais representativos dos trabalhadores na
agricultura familiar, como a FETRAF, lutam para que sejam instituídas políticas
públicas diferencias para o setor que gera mais empregos por hectare nas
propriedades, são 15 a cada 100 ha.; e embora utiliza 24% de toda a terra no
Brasil, dispõe apenas de 14% do crédito do governo federal para fomento e
fortalecimento da atividade que alimenta o país.
Nessa perspectiva, nosso trabalho consiste em conquistar e ampliar as
conquistas já obtidas na tentativa de melhorar a qualidade de vida e as
oportunidades no campo. O meio rural brasileiro precisa de políticas públicas
de crédito, acesso à terra, saúde, educação. É para que haja menos desigualdade
no campo e a efetivação de um modelo de desenvolvimento que não seja alicerçado
na concentração de terra, no crescimento dos mais ricos em detrimento dos
pobres, que nos engajamos em tornar evidente a necessidade de uma política
diferenciada para a agricultura familiar.
Como exemplos, das conquistas do movimento social, destacamos o Programa de
Aquisição de Alimentos (PAA), que possibilita a comercialização de produtos da
agricultura familiar e a destinação destes, à população em situação de insegurança
alimentar e/ou à criação de estoque de alimentos.
Conseguimos a inserção da agricultura familiar no Programa Nacional de
Alimentação Escolar, onde com a lei 11.947/09, os agricultores familiares
dispõem de mais um meio de comercializar os produtos. As administrações
municipais são obrigadas a comprar no mínimo 30% dos produtos da agricultura
familiar para a alimentação escolar e; o Programa Garantia de Preços Mínimos
para Agricultura Familiar (PGPM).
Isso significa que, junto ao governo federal, foi possível estabelecer um preço
mínimo de compra para produtos da agricultura familiar de forma que estes
levassem em conta a escala e os custos de produção. Essa medida proporcionou
aos produtores a possibilidade de disputar o mercado com o agronegócio com condições
mais justas.
No acesso à terra, a FETRAF além de proponente de modelo de desenvolvimento
embasado na desburocratização do acesso e efetividade da reforma agrária, atua
como difusora do Programa Nacional de Crédito Fundiário ao desenvolver o projeto
de promoção e adesão ao crédito fundiário. Auxiliamos os agricultores para que
possam ter acesso ao crédito para à partir da aquisição da propriedade, obter
melhoria da qualidade de vida.
A nossa concepção de produção, a caracterização da agricultura familiar é
única, diferenciada, inclusiva e sustentável. É a favor da vida, do meio
ambiente, da igualdade de gêneros e oportunidades para os trabalhadores e
moradores do campo.
FONTE: FETRAF
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