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Evento preparatório para Agro Centro-Oeste: “ A Agricultura Familiar que Dá Certo”


O seminário “A Agricultura Familiar que dá certo” foi realizado no dia 23 de março de 2012 no Auditório da Biblioteca Central da UFG no campus II. O evento foi promovido pela Universidade Federal de Goiás por meio do grupo GEPAAF e contou com o apoio do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O seminário preparatório para Agro-Centro 2012 foi um momento rico de troca de experiências, onde profissionais, estudantes, cooperativas e agricultores familiares abordaram as perspectivas e os desafios da agricultura familiar no estado de Goiás. O objetivo era conhecer metodologias que funcionam para se ter sucesso em uma assistência técnica

No primeiro momento houve a participação de representantes da Emater de Minas Gerais, do Rio Grande do Sul e também de Goiás, tendo por finalidade demonstrar as abordagens que são adotadas em diferentes Estados em relação a uma assistência qualificada.

O palestrante da EMATER do Rio Grande do Sul, Cláudio Rufino de Aguiar abordou temas relacionados a valorização empírica do produtor, enfatizando alguns aspectos que devem ser abordados como a biodiversidade, erradicação de pobreza rural, desenvolvimento sustentável, resgate da autoestima e basicamente buscam incentivos para manterem a continuidade nos trabalhos realizados através do permanência de jovens no campo. Houve um reforço para se façam planejamentos, recuperar os assentamentos desgastados, demonstrando a importância tanto governamental quanto a de instituições neste parâmetro, incentivou a importância que a AF possui perante a sociedade, informou que é preciso dar ênfase nos problemas como a falta de pesquisas na área de assentamentos e de AF, reforçando também os impactos que serão causados para os agricultores devido o Novo Código Florestal, buscando de todas as formas possíveis buscar a conscientização de todos para mantermos viva a ideia de que AF tem valor importante na vida de todos.
                                   
                                   
Palestra EMATER RS – Cláudio Rufino de Aguiar


O palestrante da EMATER de Minas Gerais, Leonardo Brumano Kalil reforçou ideias que são evidentes, porém que não recebem tanta importância, quanto o caso de quanto maior a população maior é a pobreza de acordo com o IDH, afirmando sobretudo que são aspectos que podem ser revertidos. Conscientizou sobre a questão de que um agricultor deve produzir, processar e comercializar, porém de forma que seja justa, porque apesar do mercado ser competitivo é injusto a competição com empresas que possuem capital para investir em tecnologias que vencem todas as barreiras burocráticas. Focou no segmento que o dinheiro para manter a EMATER vem em parte do governo e a outra parte através de chamadas públicas. Demonstrou que para adquirir sucesso devem ser seguidos alguns segmentos como, divulgar o valor da agricultura familiar, realizar projetos para adquirir o crédito rural, usufruir de políticas estaduais, potencializar a metodologia participativa e enfatizou que a abordagem deve ser baseada em saber o que o produtor quer, independentemente do conhecimento do extensionista, desta forma o conhecimento estará sendo usado como ferramenta, e não como imposição para os agricultores. Com esses relatos fica perceptível a importância dos assuntos tratados para que possamos estabelecer metas que revertam algumas situações à favor de famílias que acreditam no sucesso da agricultura.                                        
                                       


Palestra EMATER – MG – Leonardo Brumano Kalil


O palestrante Gabriel Medina professor e coordenador do GEPAAF fez perguntas para a plateia sobre o que seria uma assistência que dá certo, apresentou dados que informavam que no estado de Goiás ocorre a baixa diversificação de produção, a baixa agregação de tecnologias, e falta de assistência técnica do INCRA-SEBRAE que são fatores fundamentais na construção de uma agricultura de sucesso. Levantou também a questão de que devemos superar o modelo difusionista e formar um modelo construtivista., onde haja implementação, observação, planejamento e ajuste do mesmo. Com isso deixou claramente que a questão de difundir a ideia do passo certo de comercialização de produção para agricultores familiares dependem do bom funcionamento de três pontos principais: Técnico Cooperativa      PAA  e PNAE, só assim será possível vencermos alguns desafios que impossibilitam inúmeras atitudes que são essências para a garantia de qualidade de vida dos agricultores.                               


Paletra As condições de vida dos AF de Goiás e a atuação da ATER – Gabriel Medina


     

O palestrante da EMATER de Goiás, o José de Araújo, destacou que os principais entraves da assistência de Goiás não funcionarem são os diferentes problemas que surgiram devido à descontinuidade da ATER. Desta forma, ficou perceptível o insucesso que possuímos quando relacionamos a assistência técnica que é oferecida para as famílias, porém com os grandes exemplos já citados, percebe-se que os entraves podem ser vencidos e superados. 
Palestrante EMATER- GO José de Araújo, Juliana Ferrari (GEPAAF)

   
O momento mais esperado do evento foi a mesa redonda onde houve a participação da EMATER-RS com o Cláudio Rufino de Aguiar, da EMATER-MG com Leonardo Brumano Kalil, da EMATER-GO com o José Araújo de Oliveira, da FEAB com o Diego Pitirini, do GEPAAF (UFG- Goiânia) com o Carlos Alexandre Harold, do NEAF (UFG-Jataí) com a Tatiane Melo de Lima, do Núcleo de Agroecologia e Educação do Campo/CPT (UEG/Goiás) com o Fábio José da Silva , do MDA com o Rodrigo, da COOPERAFI com o Adenil Diniz e da EMBRAPA com o Joaquim de Carvalho Gomide, foi levantado questões como, quais seriam as propostas técnicas (tecnologias) que têm dado certo e como elas foram construídas com os agricultores, qual a abordagem para trabalhar com os agricultores (transferência, construção, frequência, perfil profissional, etc) e qual o arranjo institucional que está avançando bem (via emater, via prestadores de serviço, etc), para todas as perguntas foram obtidas respostas na qual permite dizer que deve-se acabar com dependência de insumos externos (vulnerabilidade), melhorar a diversificação na propriedade, realizar um planejamento participativo de acordo com a realidade do produtor, melhorar a infraestrutura para a agricultura familiar aumentando por exemplo, a oferta de sementes, deve haver a incorporação de modelos alternativos de produção e de insumos, construir projetos agroecólogicos, realizar a inclusão social das mulheres e jovens na produção, buscar a união da classe ruralista, fazer a administração do custeio de gastos do produtor, buscar transformação nas universidades brasileiras e etc. Neste momento também houve incentivos para que possa ser feito o diagnóstico da cadeia produtiva verificando quais mercados o agricultor pode acessar, visando a organização, a marcação de espaço nas propriedades e vontade para lutar de acordo com as necessidades. Desta forma verifica que para atingir sucesso, deve se ter força e principalmente perseverança no que se faz, pois da mesma forma que a EMATER foi insucesso existe grupos que se mantêm firmes e atuam no seguimento da AF.

Mesa Redonda: Gomide (EMBRAPA) , Leonardo (EMATER-RS), Cláudio (EMATER-RS), José (EMATER-GO), Diego (FEAB), Carlos (GEPAAF), Tatiane (NEAF), Rodrigo (MDA), Fábio (CPT), Adenil (COOPERAFI)





Foi um seminário muito esclarecedor. Com a quebra da Embrater em 1990, no governo Collor, e o fim do repasse de recursos do governo federal para as Emateres estaduais, sobreviveram apenas aquelas em que os Estados em municípios bancaram as empresas. No rio Grande do Sul hoje o orçamento da Emater vem 71% do governo estadual e 11% das prefeituras. Em Minas Gerais vem 66% do Estado e 23% dos municípios (antes de 1990 cerca de 70% do orçamento vinha do governo federal). Diferente desses estados que priorizaram a agricultura familiar como forma de desenvolvimento rural, o Estado de Goiás fez outra opção e nunca investiu de fato na reestruturação da Emater. Com baixa atuação prática da Emater em Goiás, iniciativas pontuais começam a surgir gradualmente a partir do esforço de pessoas interessadas em trabalhar no campo. Vamos torcer para que essas experiências se consolidem e possam representar alternativas de ATER contradadas pelo MDA e INCRA para o assessoramento aos agricultores familiares do Estado.
O evento também contou com a apresentação cultural de moda de viola com Cristovão Vieira. Com tantas informações valiosas, ficou claro que um fator importante para adquirir sucesso é valorizar o que é nosso. Os respectivos dados apresentados pelos palestrantes foram essenciais para conhecermos os sucessos, insucessos e desafios da Agricultura Familiar. Houve uma grande troca de experiências e estas por sua vez, foram bastante enriquecedoras e contribuíram significativamente para conhecermos exemplos práticos de assistência que dão certo.

Apresentação cultural – Cristovão Vieira



Att,


Katiane da Costa ferreira
Juliana Marques Ferrari
Marina Rafael de Paiva

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