Minha missão
Pensamentos soltos, confusos, procurando a explicação para a falta de compreensão da humanidade. Foi assim que retornei para casa neste sábado. Lutando contra todas as emoções vividas no dia, para encontrar a razão do abandono social da classe campesina que garante nosso alimento. Não tem explicação, senão a desordem da política brasileira. Um povo digno, humilde e muito receptivo, que em apenas uma visita me mostrou o lado da moeda, que a mídia e a sociedade não revelam ou não querem enxergar. Desde saber a escrever apenas o nome, até a produzir com pouca água e energia, as dificuldades daqueles que lutam pela vida nos assentamentos são a prova que o sistema de “reforma agrária” não vem funcionando. E o que posso fazer? Muito pouco para eles, ainda que seja com o meu maior esforço, dedicação, vontade e amor; mas espero que o suficiente para mostrar a uma parcela da sociedade, que eles precisam de nós, assim como nós precisamos deles. Sou pequena demais, diante dos problemas que vi, mas percebi que a vontade que tenho de poder solucioná-los é muito maior. Trabalhar com a agricultura familiar vai muito além dos conhecimentos técnicos, e envolve relações de amizade, solidariedade e cooperação. Não sei se estou pronta para este desafio tão grandioso, mas estou certa de que minha missão é tentar melhorar a qualidade de vida dessas pessoas, através daquilo que eles lutaram tanto para conseguir: a terra.
Att,
Ana Letycia Basso Garcia
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