COMUNIDADES
DA AMAZÔNIA LUTAM POR DIREITO DE PRODUZIR EM SUAS TERRAS
A partir do dia 20 de novembro de 2012, as
margens do Rio Aquiqui, no interior da Reserva Extrativista Verde para Sempre
(Resex VPS), será ocupada por ribeirinhos e ribeirinhas das comunidades locais,
em protesto contra a passagem das linhas de transmissão de energia elétrica
pelas áreas de usos das famílias.
Entendem as comunidades que, até o momento, o
governo não se preocupou em estimular o desenvolvimento das cadeias produtivas
desenvolvidas ao longo de várias décadas, voltadas para uso moderado dos recursos
naturais, agricultura, pesca e criação de animais – sob a alegação de que o
estímulo requer a construção e aprovação dos instrumentos de gestão,
materializados nos planos de uso, manejo e gestão. No entanto, a autorização e
licenciamento das obras do “linhão” não precisaram da conclusão de nenhum plano
exigido para as famílias pelos órgãos responsáveis pela gestão da Unidade de
Conservação.
Os impactos sociais e ambientais provocados
pela obra são visíveis e de grande proporção, tais como:
a) aterramento com sarrafo e pó de serra (de
madeira) em áreas alagadas para a construção de estradas para o tráfego de
máquinas pesadas e equipamentos que, durante as cheias, a partir de dezembro
vai liberar grandes quantidades de resíduos com efeitos e conseqüências
desconhecidas para a vegetação e para fauna, além da água que é consumida
pela população;
b) abertura de estradas e ramais de acesso na
floresta de terra firme;
c) membros do conselho deliberativo da Resex
VPS já denunciaram a existência de aterro de lixo nas áreas das famílias;
d) a intensa movimentação de lanchas de
grande porte, assim como balsas e barcos de grandes proporções acelera a erosão
dos rios, bem como a destruição das pequenas embarcações dos ribeirinhos;
e) a inexistência de qualquer tipo de
informação sobre os impactos da obra às famílias e a sociedade local;
f) as promessas de eletrificação rural, assim
como as compensações ambientais pelos impactos da obra até hoje não foram
materializados e;
g) nenhum tipo de cuidado, pelo menos para
saber de que maneira as famílias estão sendo afetadas pelas obras foi tomado;
Se tudo isso passa despercebido aos olhos dos
órgãos ambientais, mas o acesso a crédito da agricultura familiar (PRONAF) está
fechado para as famílias, incentivo e apoio às atividades de manejo dos
recursos florestais madeireiros e não madeireiros e a pesca não podem receber
nenhum tipo de apoio.
Diante disso, o Comitê de Desenvolvimento
Sustentável de Porto de Moz (CDS) considera a luta das comunidades justa e
legítima que reflete a posição de uma sociedade que busca participação cidadã
por justiça social e meios de vida dignos para todos.
Portanto, CDS manifesta apoio irrestrito e
incondicional a luta de todos os moradores e moradoras da Resex VPS e, ao mesmo
tempo, conclama a todas as organizações com as quais mantém relações
institucionais, amigos e militantes das causas sócio-ambientais para apoiar a
lutas das comunidades de Porto de Moz.
Agostinho Tenório
COORDENADOR DO CDS - COMITÊ DE
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DE PORTO DE MOZ
Mais informações em: http://governanca-r.blogspot.com.br”
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