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http://www.onortao.com.br/images/semfoto.gifO fortalecimento da agricultura familiar no estado e a reestruturação de empresa pública de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) foram temas muito discutidos na 1ª Conferência Estadual de Ater em Goiás. O evento contou com a participação de 150 delegados regionais escolhidos nas 14 reuniões territoriais que precederam a etapa estadual. Destes, foram escolhidos 15 para representar o estado na 1ª Conferência Nacional de Ater (1ª CNATER), que acontece em abril.

Segundo o delegado federal do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) em Goiás, Otacílio  Teixeira, as conferências regionais são um grande passo para fortalecer as famílias que vivem da agricultura. “Esse ciclo de conferências traz à tona o debate sobre a nova realidade da agricultura familiar no campo. É preciso discutir o modelo, forma e metodologia de assistência técnica que deve ser implementado para garantir o crescimento sustentável e desenvolver a agricultura familiar no estado e no país”, explica.

“O Brasil está experimentando uma novidade em todas as áreas, que é o governo ouvir o povo para descobrir onde estão as falhas e as lacunas nas políticas públicas. Nesse contexto, as conferências de Ater são uma oportunidade para o agricultor familiar apresentar suas necessidades e mostrar onde estão os erros nas políticas vigentes”, concorda Antônio Almeida, um dos delegados eleitos para a representar o estado na 1ª CNATER.

Atualmente, o maior desafio que Goiás enfrenta é a ausência de uma empresa pública de Ater, por isso, a reestruturação da Emater foi um dos pontos mais discutidos na conferência estadual. “Se até para os produtores bem-estruturados é difícil, a situação é ainda mais difícil para quem não tem condições de pagar pelos serviços de assistência”, avalia o assistente técnico da delegacia do MDA em Goiás, João Bertolino.

Apesar dos obstáculos, o MDA já conseguiu ampliar bastante sua ação junto aos pequenos produtores goianos. O investimento do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) – que financia projetos de geração de renda aos agricultores familiares a baixas taxas de juros – passou de R$ 45 milhões, em 2003, para R$ 450 milhões, em 2011. A meta é chegar aos R$ 5 bilhões.

Necessidades e propostas

Além da criação de uma empresa pública de Ater, os participantes do evento acreditam é necessário a valorizar a agricultura de pequeno porte no estado, que é fonte de renda de cerca de 88 mil famílias. “O grande agronegócio não resolve o problema da fome e da miséria no Brasil, quem impacta o mercado interno é a agricultura familiar”, afirma Antônio Pereira. Calcula-se que 70% do que é consumido no país é produzido pelos pequenos agricultores.

Foi discutida a necessidade de uma Ater pública diferenciada, levando em conta as especificidades de grupos de assentados da reforma agrária, mulheres, jovens, quilombolas, indígenas, entre outros. A intenção é conseguir evitar a evasão do campo e garantir a continuidade da agricultura familiar. Também foi proposto que o sistema educacional das universidades e cursos técnicos agrícolas se adapte às necessidades da agricultura familiar e o fortalecimento das escolas famílias agrícolas.

“Uma Ater que seja eficiente para a agricultura familiar deve priorizar as necessidades locais que são diferentes em todo território nacional”, ressalta a delegada Márcia Rabelo, delegada que representará o estado na conferência nacional. “Além disso, precisamos contratar técnicos que tenham a nova visão que buscamos, de uma agricultura sustentável e envolva todo o núcleo familiar. E que cada técnico atenda no máximo 30 ou 40 famílias”, conclui.

Outro destaque é proposta de criação de um Sistema Único Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural para coordenar, regulamentar, normatizar e gerir a implementação da Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (PNATER), de forma integrada com o governo federal, estados e municípios. “Queremos garantir atendimento imediato ao agricultor, que só teria que passar o cartão do sistema único para ser atendido por um técnico, pago posteriormente pelo governo”, explica o delegado do MDA.

FONTE:JORNAL NORTÃO

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