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Manejo de pastagem para gado de leite por agricultores assentados

A atuação do GEPAAF no Assentamento Palmares, no município de Varjão-Go está concentrada em três linhas de trabalho: produção de leite, galinha caipira melhorada e horticultura.
Neste post será comentado sobre a forma de atuação do GEPAAF junto aos produtores de leite.
O trabalho começou com o atendimento a três produtores, em situações distintas:
O produtor A,
ñ  Em sua propriedade tem energia, pastagem de brachiaria  melhor estado (se comparado ao outros 2 produtores) e nessa área não tem nenhum pé de árvore. O reservatório de água do assentamento fica na porta da sua propriedade e seu gado é girolando mais apurado para o Gir, sendo 27 animais no total onde são 9 lactantes com média de 5 l/vaca/dia. Só é feita a ordenha uma vez ao dia com exceção de 2 vacas . Durante as águas a alimentação é pastagem e durante a seca é silagem de milho com 2 kg de concentrado para as vacas.
O produtor B
ñ  As vacas são mais apuradas (holandesas) para a produção de leite, porém não se pode tirar o máximo proveito delas devido a falta de energia para estocar o leite e o laticínio que o produtor abastece, só busca o leite de manhã. A pastagem de brachiaria tem plantas espontâneas já dominando a área que não é dividida em piquetes e conta com duas árvores para o sombreamento do rebanho. Seu rebanho conta com 36 animais sendo 9 em lactação com média de 6 l/vaca/dia.
O produtor C
ñ  A pastagem é a mais degradada, as plantas espontâneas já praticamente tomaram conta da pastagem que não é dividida em piquetes. No ano passado durante a seca o produtor chegou a perder 11 animais. A alimentação é pasto na época das águas e, durante a seca é silagem de milho mais dois quilos de concentrado para cada vaca. Porém durante o ano passado a silagem produzida não foi suficiente para aguentar a seca. Outro ponto fraco nessa propriedade também é a falta de energia que impossibilita levar água para os possíveis piquetes mais afastados da propriedade. Seu rebanho é de 25 animais, sendo destes 7 vacas em lactação e média de produção diária de 4 L/vaca/dia.
Obs.: A média de produção é a média do leite entregue para o laticínio.

Um problema comum para esses produtores é a idade de desmame dos bezerros que está em oito meses. (o próximo post terá um enfoque mais relacionado à recria). Outro tema relevante é o fato dos produtores não usarem a inseminação para melhorar seu rebanho. Mas todos estão querendo passar a inseminar.

E em relação às pastagens, queremos implantar o Pastoreio Racional Voisin (PRV). Os produtores, já escutaram falar do “tal” PRV, mas não têm instruções necessária para adotar esse manejo. Dai iremos articular nosso conhecimento técnico com a vontade deles de melhorar suas pastagens. Vale ressaltar que não iremos trabalhar do mesmo modo para todas as propriedades, pois cada uma tem suas particularidades em relação a pastagem e a águas, mas iremos utilizar as leis universais do PRV. São elas: Lei do repouso, Lei da ocupação, Lei do rendimento máximo e Lei do rendimento regular.

Como para cada produtor iremos trabalhar de um jeito então vamos ver um por um:
No produtor A,
como a pastagem está boa, só é preciso fazer a divisão de piquete respeitando o tempo necessário de descanso da brachiaria. Para melhorar a proteína da pastagem, é indicado consorciar alguma leguminosa(a decidir) com a brachiaria. Como há facilidade de levar a água às vacas, iremos instalar mais bebedouros nos corredores dos piquetes. Ainda não temos a ideia de quantos bebedouros, pois projeto de divisão dos piquetes ainda está em construção. E outra coisa que poderá ser feita de imediato, é a implantação de uma sombra artificial com folhas de coqueiro (na região tem bastante) e estrutura de bambu.

No produtor B, a ideia não foge do primeiro: vai ser implantar os piquetes e manejar o mais adequado possível para acabar com as plantas espontâneas.

No produtor C, já iremos atuar diferente. O livro do PRV(Machado, 2010), dá a ideia de plantar cana-de-açúcar para o pastoreio direto, evitando assim tanta mão de obra para o manejo da cana. Esse canavial será dividido em piquetes também e serão usados os mesmos princípios de manejo de qualquer outro capim. Esse cultivo já foi realizado em Canudos-Go (SILVEIRA, André. Pastoreio Direto Em Canas. Em : <http://www.aba-agroecologia.org.br/ojs2/index.php journal=rbagroecologia&page=article&op=viewFile&path[]=9492&path[]=6538>. Acesso em : 04 março 2011.)


Katiele Amorim Gomes
Graduanda de Medicina Veterinária UFG
Responsável Técnica de Gado Leiteiro do GEPAAF 
Literatura consultada
MACHADO, L. C. P. Pastoreio Racional Voisin: tecnologia agropecuária para o terceiro milênio.
São Paulo: Expressão Popular, 2010
PRIMAVESI, Ana. Manejo Ecológico de Pastagens: em regiões tropicais e subtropicais. São Paulo: Nobel, 2004

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